sábado, 29 de outubro de 2016

A REFORMA



A reforma começou como um protesto religioso contra algumas práticas e ensinamentos da igreja católica romana no século dezesseis. Essa reforma resultou em vários grupos de protestantes (aqueles que protestavam contra a igreja católica) através da Europa que se desvencilharam da igreja mãe, por estarem fartos da a sua corrupção e controle e por descordarem em pontos chave da teologia. 


SEMENTES DE MUDANÇA 


Idéias de reforma estavam flutuando pela Europa por alguns séculos. John Wycliffe na Inglaterra, Jan Huss em Bohemia, Savonarola na Itália e outros que ousaram falar contra as regras da igreja. No entanto, Martin Lutero começou verdadeiramente o conflito quando em outubro de 1517, martelou as suas noventa e cinco teses (discordâncias de regras da igreja) na porta de todas as igrejas católicas em Wittenberg, Alemanha. A porta da igreja era uma espécie de quadro de avisos, então isso não foi vandalismo - mas poderia ter sido considerado como tal por causa do grande estrago que as críticas de Lutero causaram. 

Qual eram os temas? A igreja estava vendendo indulgências. Grandes doadores podiam comprar perdão para eles próprios ou para aqueles amados que já haviam partido. O dinheiro arrecadado pagaria as dívidas que o novo bispo tinha acumulado quando comprou a sua nova posição. A igreja estava encobertando o esquema pois parte deste dinheiro foi para construir uma nova basílica em Roma. Para Lutero isso só somava a um padrão de corrupção e a uma liderança nada espiritual. Além de achar isso corrupção, Lutero também discutia dizendo que esse era um sistema de obras contrario a mensagem da bíblia de redenção e graça. Naquele tempo, ele não tinha a intenção de deixar a igreja católica ou começar uma nova religião, mas a resposta nada produtiva da igreja o forçou a fazer exatamente isso.

OS PRINCíPIOS DA REFORMA 

Alguns anos antes de começar essa aventura, Lutero estava estudando o livro de Romanos. Foi nessa época que ele finalmente enfrentou a graça de Deus pessoalmente. A igreja não estava ensinando muito sobre graça naquela época: a salvação era merecida por boas obras e observância religiosa, e aparentemente podia-se obter o perdão através de troca. Quando Lutero descobriu o ensinamento bíblico que dizia que "o justo viverá pela fé", a sua vida mudou e consequentemente o mundo também.

Esse princípio - justificação pela fé - formou a base do pensamento reformista. Como era a fé individual de cada pessoas que o ligava com Deus, não havia necessidade de ter um sacerdote ou um papa para mediar o relacionamento. Daí que surgiu o conceito do "sacerdócio do que crê". 

E se cada um que cresse pudesse ficar diante de Deus pessoalmente, então todos poderiam escutar a palavra de Deus e interpretá-la. Nesse caso a bíblia se tornava a autoridade e não as autoridades da igreja. O ato de traduzir o latim empoeirado da igreja para uma linguagem mais atual, se tornou algo muito importante para os reformistas. 

E, como o pão e o vinho não podiam salvar uma pessoa, o conceito da ceia do Senhor mudou para os reformistas. Apesar de diferentes grupos de protestantes terem visões diferentes nesse ponto, todos concordaram que tomar a comunhão não tinha o efeito salvador; era a fé em Cristo que deu o seu corpo e o seu sangue por nós que poderia salvar. 

O IMPACTO DA REFORMA

A reforma protestante mudou completamente a paisagem religiosa do mundo ocidental. A hegemonia católica romana foi quebrada. Os protestantes desafiaram com sucesso um regime opressivo repleto de corrupção. Por outro lado , eles abriram as portas para todos tipos de novas heresias e grupos de vanguarda. Não é de se estranhar que o numero de denominações protestantes continua crescendo ao mesmo tempo em que as novas igrejas se desvinculam das velhas igrejas. A ênfase num relacionamento individual com Deus e a capacidade de interpretação das escrituras criaram um ambiente de vitalidade e criatividade, mas também tinha o potencial para um caos e divisão. 

A reforma também instigou revoluções políticas, acadêmicas, cientifica e filosóficas. Não é por acaso que a reforma veio logo depois da renascença. Em muitos aspectos elas eram o mesmo movimento - uma nova liberdade para as pessoas interagirem com a sua própria verdade. O Humanismo, o individualismo, o nacionalismo e muitos outros "ismos" têm ligações reformistas.

O mundo não contestou muita coisa entre os anos de 480 e 1480, porém, por volta do ano de 1580 estava irreconhecível.


Artigo extraido da ILÚMINA.

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