sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

PRINCÍPIOS QUE NORTEIAM O DESENVOLVIMENTO DE UM RELACIONAMENTO COM DEUS - Por André Rodrigues

       
Diz o texto sagrado: "Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus" (Rm 12.1,2 - ARC). É desta forma que inicia - por certo - um dos mais conhecidos textos concernentes a consagração do homem a Deus. Aqui, o apóstolo Paulo, dirigindo-se à igreja que havia em Roma, mostra que o princípio dominante para início de um relacionamento com Deus é em primeiro lugar dispor-se totalmente a ele, a sua palavra e entregar-se sem reservas como bem enfatiza Jesus em certa ocasião: "[...] Amarás ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e com toda a tua capacidade intelectual e amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Lc 10.27 - BKJA). Em segundo lugar, cabe lutar - como disciplina pessoal, que fique bem claro - veementemente contra todo o sistema que vá de encontro aos ditames estabelecidos pela sua palavra. Com esforço procurar através de suas atitudes uma conduta que coadunem com a ética divina largamente exposta nas escrituras. Agindo por estes critérios, o relacionamento com Deus passa a tomar formas robustas e o melhor dele - dentro de sua vontade - é percebível, palpável e sobretudo, excepcional. Relacionar-se com Deus não é exclusividade deste ou aquele seguimento e/ou indivíduo, no entanto, para dar início a esta relação é necessário mudança de vida, de atitudes, de conduta. Tiago escreve: "Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós. Limpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai o coração" (Tg 4.8 - ARC); em outro lugar se pronuncia: "Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno, os seus pensamentos e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne-se para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar" (Is 55.6,7 - ARC). Deus deseja relacionar-se com o homem. Porém, ele é santo e exige santidade daqueles que se propõem a tal relacionamento. 
Voltando ao capítulo 12 da referida epístola, o apóstolo, inspirado pelo Espírito, mostra que além das prerrogativas acima devemos ter humildade constante; a consciência da importância de ser membro do corpo de Cristo; e a responsabilidade de administrar com primazia os dons recebidos por Deus. Exorta-nos, ainda, a amarmos sem fingimento; e que aborreçamos o mal; e que sempre que possível apegarmos ao bem para com os semelhantes e de igual modo, ser fervoroso em espírito para servir ao Senhor (vv 6-11). 
Poder-se-ia trazer a discussão inúmeros outros textos que corroboram verdades concernentes ao relacionamento com Deus, no entanto, resumidamente, o versículo 12 carrega três pilares que podem ser utilizados para uma maior compreensão deste quesito, diz o texto: "alegrai-vos na esperança, sede paciente na tribulação, perseverai em oração" (Rm 12.12 - ARC). Para os que creem, a esperança é que Deus chama a existência aquilo que não existe e que é poderoso para tornar real o que pedimos ou pensamos, ultrapassando nossas expectativas. Mas, para que a intervenção de Deus venha a se tornar realidade - no relacionamento - é preciso está dentro dos parâmetros supracitados, ou seja, ter havido ao menos o esforço em relacionar-se com ele e um mesmo esforço em procurar melhorias para a relação. Já a 'paciência na tribulação' é o reflexo de um cuidado específico de Deus para um determinado fim. Quando o imperativo é inserido demonstra cabalmente que pelas nossas forças não será possível mudar a difícil situação e ela aponta para nossa petição de misericórdia ao Senhor estreitando, desta forma, ainda mais a relação. Aquilo que parece ser uma situação difícil, nada mais é do que Deus com sua ação magisterial em nossas vidas. Neste caso, o que resta é esperar pacientemente. Através da conjuntura da frase podemos, nas entrelinhas entender como se Deus estivesse dizendo: o mal não será perpétuo! Haverá um fim e é para uma finalidade. Ele sabe até onde nós suportamos e não permite que carreguemos um fardo além de nossas forças. É perceptível que são nas horas de maior dificuldade que o homem tende a procurar por Deus e os momentos difíceis - na ótica escriturística - possuem exatamente esta finalidade. Por último, diz a santa porção que devemos perseverar em oração. Ao iniciar uma parábola, Jesus ensinou "[...] sobre o dever de orar sempre e nunca desfalecer" (Lc 18.1 - ARC). Após a ascensão do mestre, seus discípulos viviam em oração. A igreja primitiva orava constantemente, os novos conversos partiam para o princípio da oração. Decisões importantes foram desenvolvidas através da oração. Paulo exorta aos cristão de Tessalônica que vivessem em uma vida de incessante oração, pelo que diz: "Orai sem cessar" (I Ts 5.1 - ARC). A oração é primordial a quem deseja se relacionar com Deus. Na prática, oração é conversa com Deus. Assim, se há conversa, supõe que há relacionamento. 
Portanto, a aplicação destes três pilares para um princípio de relacionamento conclusivamente se dá: 1. saber que Deus pode reverter qualquer situação (executar esperança); 2. entender que as difíceis situações são ações pedagógicas para uma finalidade e a certeza que não perpetuará no sofrimento (exercício da paciência); e 3. para desenvolver um estreito relacionamento com Deus é preciso viver em constante conversa com ele (prática da oração). Sem a criteriosa observação destes pilares como princípios que norteiam o desenvolvimento de um relacionamento com Deus, dificilmente o homem atingirá este intento tão precioso. 

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